A divulgação do vinho brasileiro está permanentemente na pauta do empreendimento tocado pela empresária Jaqueline Meneghetti: “O vinho brasileiro vem se destacando. A tecnologia envolvida, o aprimoramento das técnicas, o conhecimento difundido, o investimento em capacitação e capital humano fazem com que a cada safra o produto se destaque ainda mais”. O restaurante já tem degustações diárias de diferentes rótulos brasileiros no Térreo, por exemplo.
A diversidade foi o tema que pautou a escolha dos quatro rótulos selecionados por Waller, escolhidos para serem degustados por ordem de intensidade:
VF Michelli Sangiovese, da Villa Francioni – Santa Catarina há um bom tempo já desponta como uma importante região produtora de vinhos finos, em função do clima e da altitude. E é deste local que vem o rótulo produzido com uma típica variedade italiana em sua maioria – 80% – acrescidos de 10% de Cabernet Sauvignon e outros 10% de Merlot.
Via 1986 Nebbiolo, da Viapiana Vinhos – Este rótulo vem da Serra Gaúcha, mas não do tradicional Vale dos Vinhedos. A famosa casta italiana é cultivada e vinificada em Flores da Cunha, região de Altos Montes.
Quintas do Seival Castas Portuguesas, vinícola Miolo – Tinta Roriz e Touriga Nacional são variedades também muito pouco exploradas no Brasil e na América Latina como um todo. Este corte, com forte influência do enólogo português Miguel Almeida, é produzido a partir de uvas cultivadas na Campanha Gaúcha, outra região que cresce, mas que não tem ainda o mesmo destaque que a Serra Gaúcha.
Tempranillo Sepé, Malgarim Vinhos – A Tempranillo é casta pouco comum na América Latina e pouquíssimo explorada no Brasil. E este rótulo ainda vem de São Borja, uma região que a maioria das pessoas não conhece como produtora de vinhos.
A escolha se baseou também pensando em tintos mais encorpados e intensos, ideais para degustar em temperaturas mais baixas. Mas o destaque fica com a diversidade, tão presente na produção de vinhos brasileiros: são diferentes climas, terroirs, métodos e, consequentemente, resultados. “É fundamental que espaços com restaurantes e bares de vinho tenham vários rótulos brasileiros em suas cartas ou torneiras. Só com oferta e a possibilidade de escolha que poderemos, um dia, ter um salto de consumo dos vinhos produzidos no Brasil”, argumenta Michael Waller.